quarta-feira, outubro 31, 2007

Leitaria Estrela do Sul


«[...] Este estabelecimento era o mais concorrido em toda a localidade porque estava colocado mesmo junto à estação fluvial da parceria dos Vapores Lisbonenses e era onde se juntavam todos os motoristas de táxis (que não eram poucos) que estavam sempre, de ouvido à escuta sobre as chamadas telefónicas para o nº 30 (ainda me recordo) e era também o "local tertuliano" da população cacilhense, que a não ser a frequência das colectividades, era para ali que ia desabafar, com os seus amigos, os problemas do quotidiano...[...]»

(Continuação da pré-publicação do livro: "Cacilhas - a Gastronomia. a Pesca e as Tradições Locais", da autoria de Fernando Barão e Luís Alves Milheiro)

Este é o retrato actual deste lugar tão especial, no Largo de Cacilhas...

domingo, outubro 28, 2007

O Fumo e os Cafés


Há mais de uma dúzia de anos que costumo passar parte da manhã de domingo no "Café Repuxo", na Praça Gil Vicente.
Tudo começou com uma entrevista que realizei naquele espaço a Henrique Mota, autor dos excelentes volumes biográficos sobre os "Desportistas Almadenses", para o "Record".
Desta conversa viria a nascer uma grande amizade com este saudoso amigo, que perdurou até à sua partida, para o outro lado do mundo.
Acabei por conhecer a dúzia de homens ligados à cultura almadense, que frequentavam o café, em ambiente tertuliano, onde aprendi tantas coisas sobre o concelho de Almada e as suas gentes...
Embora grande parte dos convivas tenham mudado de ares, continuo a gostar de passar por ali, beber um café, ler o jornal e conversar, sempre que é possível.
Um dos últimos resistentes é Victor Aparício, o verdadeiro escritor deste café, quase sempre entretido a encher de palavras, os seus pequenos cadernos. Muitas vezes refugia-se no silêncio, tendo apenas como companhia os cigarros, os seus grandes companheiros de jornada, além da caneta e dos seus heróis de papel, claro.
Ele já me confessou, mais que uma vez, a sua preocupação com a lei que aí vem, porque não lhe apetece deixar estes "amigos" à porta, nem tão pouco, abandonar este espaço...
Eu não fumo - nem nunca fumei -, mas não concebo um café sem os hábitos de sempre, ou seja, as conversas animadas à mesa, a leitura de jornais, e claro, as nuvens de fumo, que circulam de um lado para o outro.
O fumador da fotografia é o realizador John Huston, porque também não consigo imaginar o chamado "cinemá noire" sem a presença do fumo dos cigarros, companheiros dilectos de tantos heróis solitários da sétima arte...

sábado, outubro 27, 2007

O Tejo e a Pesca


«[...] O rio Tejo sempre foi bastante rico em espécies piscícolas até à primeira metade do século XX, que eram importantes para a alimentação e também para a economia local, através do comércio. O grande estuário continuou a oferecer peixes como o sargo, a dourada, a sardinha, a corvina, o congro, o carapau, o sável, o salmonete, o linguado, o charroco, o cação, o goraz, a raia, o ruivo e mariscos e crustáceos como a amêijoa, berbigão, a lapa, a ostra, o búzio, o choco, a lagosta e o caranguejo. Sem esquecer os golfinhos que davam uma beleza especial ao Tejo [...]».

O óleo que embeleza o texto é de João Vaz, chama-se "Barcos na Praia".

(Continuação da pré-publicação de: "Cacilhas - a Gastronomia, a Pesca e as Tradições Locais", de Fernando Barão e Luís Alves Milheiro)

quinta-feira, outubro 25, 2007

A Qualidade do Chá

Gosto de chá.
Sempre gostei. Lembro-me de beber chá na casa da avó (não sei porquê, mas digo sempre a casa da avó e não dos avós...) e também dos meus pais.
Claro que era, e é, uma bebida mais de Inverno. Antes de dar confiança à cafeina, a minha bebida de café nos meses frescos era o chá, fosse no "Sovina" das Caldas ou no "Central" de Almada, acompanhado com as suas deliciosas torradas...
Hoje é mais fácil de gostar de chá, pois existem aromas para todos os gostos e sabores...
A fotografia que escolhi para vos dar "chá", é da Quinta da Gorreana, em São Miguel, Açores, que já tive o prazer de visitar. É o único lugar europeu onde existe uma plantação de chá, e de grande qualidade.

terça-feira, outubro 23, 2007

A Teresa Salgueiro e o Ginjal


Poucas pessoas sabem que Teresa Salgueiro tem ligações familiares ao Ginjal, através dos bisavós, Maria e Zé Bagueira, que possuíram uma casa de pasto onde se confeccionava a caldeirada mais afamada de Cacilhas, dos anos vinte e trinta do século passado.
«[...] Assim, nos anos trinta, a caldeirada mais afreguesada era a da Maria Bagueira, uma excelente criatura que entrosava os seus dotes de cozinheira com o afago e a simpatia, que é meio caminho andado para que, em cada cliente, tenha adquirido um amigo. Assim o convívio era são e os comensais estavam tão à vontade como nas suas casas.
[...] O seu marido, o Zé Bagueira, era um pescador na acepção total do termo. Nunca o conheci a não ser com calça de ganga, camisa de flanela, em grandes quadrados coloridos como matriz. botas de borracha e o velho boné castanho, como usam os pescadores de Sesimbra. Este homem, pai de uma prole abundante (e bisavô da cantora Teresa Salgueiro dos Madre Deus, de fama internacional) estava sempre bem disposto - assim como a mulher - e era um conhecedor profundo das matreirices que é necessário conhecer para que o peixe venha parar à mão. [...]»

Extraído de um dos capítulos do livro "Cacilhas - a Gastronomia, a Pesca e as Tradições Locais", da autoria de Fernando Barão e Luís Alves Milheiro, em pré-publicação.

sábado, outubro 20, 2007

Nemo no Ginjal

Mexer em papeis é sempre sinónimo de descobertas...
Desta vez encontrei o "rasto" da passagem de Nemo pelo Ginjal, no final do Verão de 1995...
Este senhor que assina como Nemo, chama-se Serge Faurie, é engenheiro informático e é um "bombeur", expressão francesa que significa grafitista.
O artista, ao passar por Lisboa, resolveu deixar a sua marca, com 36 pinturas de parede (algumas delas em Cacilhas...). Ele escolhe sempre muros degradados, ruínas, depósitos de lixo, para deixar a sua marca, contra «o feio, a tristeza ou a pena», como fez questão de dizer na reportagem da revista do "Expresso", de 2 de Setembro de 1995.
A imagem que escolhi, pintada num dos portões abandonados do Ginjal, pode ter várias leituras. Acho que já todos colocámos bandeiras brancas imaginárias naquele espaço, para que se fizesse alguma coisa por este lugar bonito.
Só que o Município respondeu com placas de proibição...

sexta-feira, outubro 19, 2007

Mais um Projecto Para o Futuro

A Autarquia continua apostada em apresentar os projectos de estudo sobre a Nova Almada, nos democráticos, "fóruns de participação", abertos à população, especialmente aos apoiantes do costume, sempre prontos a aplaudir...
Passando por cima da polémica que já corre por aí, entre os dois principais interessados na requalificação do Santuário de Almada, a Igreja Católica e o Município - o Reverendo do Santuário diz que não tem conhecimento do projecto, por sua vez o vereador da cultura, diz o contrário... -, tudo indica que temos mais um projecto para o futuro, pouco próximo...
Até porque este, foi apenas o primeiro de muitos "fóruns de participação"...
E é pena, porque se trata de uma zona de grande beleza, que nunca esteve muito acessível à população almadense e que envolve o Santuário do Cristo Rei; o Seminário de São Paulo; a Quinta da Arealva e o Olho de Boi. A área só precisava de um melhor aproveitamento, pois o envolvimento natural já lá está todo, com muitas espécies de plantas, algumas centenárias, que oferecem sombras magnificas, vários miradouros quase naturais. Em suma, um encanto, que ainda por cima se estende até à beira do Tejo...
Segundo a imprensa, querem transformar aquele local num pólo de turismo religioso, com hotéis, espaços de retiro espiritual, espaços verdes, etc.
Só falta mesmo encomendar um milagre...
Não deixa de me espantar, que um partido como o PCP, com toda a sua ortodoxia, que também se estende à religião, participe num projecto que favorece claramente um credo religioso, que sempre se revelou anti-comunista (até inventou uns segredos lá para os lados de Fátima...).
A fotografia que dá cor a este texto é da Quinta da Arealva, um espaço fabuloso, à beira Tejo, completamente abandonado...

quarta-feira, outubro 17, 2007

O Voo de Um País Aparentemente Democrático

Cheguei a casa, liguei a televisão e encontrei o bom do Sócrates a discursar, com o mesmo estilo demagógico, com que prometeu 150 mil empregos, que continuam sem aparecer...
Minutos antes tinha estado numa reunião de trabalho, onde - para variar -, se comentou a situação actual de Almada...
Desliguei a televisão e coloquei uma música, cansado da política e dos nossos políticos...
O Jorge Palma disse-me, entre outras coisas:
Agora já não vejo o sol/ nem o seu reflexo lunar/ levo as asas nos bolsos/ e o coração a planar/ neste voo nocturno/ não sei onde vou aterrar
Jorge Palma não me fez esquecer a realidade. O facto de vivermos há mais de três décadas num regime aparentemente democrático, onde quem detém o poder decide apenas o que mais lhe convém, e nunca, o que é melhor para todos nós.
É impossivel passar ao lado de coisas como os "Fóruns de Participação" sobre os grandes projectos da cidade, que nunca se conseguiram afastar do modelo habitual das sessões de propaganda política. Nem tão pouco ignorar alguns projectos de pessoas qualificadas, que tentam resolver alguns erros, com soluções que visam melhorar a nossa qualidade de vida e também poupar uns cobres ao erário público, que são pura e simplesmente ignorados, por questões pequenas como a cor política (ou a ausência dela...).
A nível nacional as coisas não são melhores. As situações mais vergonhosas passam-se sempre que um governo é substituido por outro. Escudados na habitual lenga-lenga dos lugares de confiança políticia, os novos "donos" do poder despedem gestores de qualidade, para colocarem nos seus lugares, militantes do respectivo partido, quase sempre incompetentes, pelo menos para as funções atribuidas.
Quem fica sempre a perder é o Estado, ou sejamos todos nós.
O pior é que já vivemos há mais de 31 anos, neste país aparentemente democrático, com os resultados que estão à vista...
Entretanto o Jorge Palma perguntava:
Sempre apanhaste o tal comboio?/ Já perdi dois ou três/ entre o ócio e as esquinas,/ ganhei o vicio da estrada,/ nesta outra encruzilhada/ talvez agora a coisa dê/ o passado foi história/ cá estamos nós outra vez/ cá estamos nós outra vez...

terça-feira, outubro 16, 2007

Balbúrbia na Gil Vicente


Há dias em que é impossível circular na Praça Gil Vicente, no começo da manhã.
As obras deram um salto da Avenida 25 de Abril para a Avenida Afonso Henriques, ficando tudo igual na Praça...
A primeira ideia que me ocorre, é que, à boa maneira portuguesa, o que dá mais trabalho fica para o fim, mesmo que isso cause grandes transtornos a todas as pessoas que têm de se deslocar diariamente para este local, por existirem duas escolas na sua proximidade e também por ser uma rotunda onde se "desembocam" sete vias...
É por estas e por outras, que começo a ter saudades da inesquecível Fonte Luminosa...

sábado, outubro 13, 2007

A Nossa Vida Quase Virtual


Os primeiros "Dias da Rádio" foram de grande animação. Alegraram as casas, com música, rádionovelas, notícias, conversas... etc, alterando os nossos hábitos, mas nada de preocupante.
A televisão também apareceu de mansinho, além de ser um objecto de luxo no final da década de cinquenta e principio dos anos sessenta, não funcionava de uma forma contínua e com dezenas de canais. No início havia apenas um canal e as emissões começavam ao fim da tarde e terminavam a horas decentes.
Só nos últimos 15 anos, primeiro com o aparecimento de mais dois canais, e posteriormente com a inovação do cabo e das dezenas de canais, é que os portugueses, mudaram os hábitos.
As pessoas cada vez saem menos à noite, é não é apenas porque as ruas estão mais perigosas. É sim, por culpa da telenovelas viciantes e de outros truques da programação.
Quem mais sofre com estas alterações, são os cinemas e os cafés (que cada vez fecham mais cedo...), quase desertos...
Para nos agarrar ainda mais às quatro paredes, surgiu a "internet", capaz de nos trazer o mundo, para dentro de casa...
E a nossa vida tornou-se ainda mais virtual...
O problema maior, é que estamos de tal forma enredados nesta panóplia tecnológica, que já não conseguimos viver sem estas coisas sem nos sentirmos uns ignorantes, uns "fora do mundo"...


quinta-feira, outubro 11, 2007

A Rosa dos Ventos de Cacilhas


Já tinha passado dezenas de vezes pela montra de um dos talhos de Cacilhas , na rua Cândido dos Reis, que tem em exposição, uma traineira de pesca, construída de fósforos.
Mas só há pouco tempo é que resolvi ler o seu nome: "Rosa dos Ventos".
Um dia destes, além de tirar uma fotografia à montra, perguntei ao único funcionário presente, se o barco era um réplica de alguma traineira a sério.
Claro que o senhor não me soube dizer nada da origem daquela miniatura. Pelo seu ar estava mais preocupado com o facto de não ter um cliente no talho que no barco que estava na montra...
Primeiro descobri um bar, agora uma traineira. O que virá a seguir, senhora da "Rosa dos Ventos"?

quarta-feira, outubro 10, 2007

A Cultura em Almada (Conclusão)


Os "criticos do costume" não têm qualquer razão nos seus protestos, porque apenas a meia-dúzia de metros do local onde foi afixado o "placard" publicitário do Município, encontra-se um campo de Cultura.
Para que não restam quaisquer dúvidas, publicamos a imagem do "campus" referido, que está aberto aos visitantes mais curiosos...

A Cultura em Almada (Parte Um)


Este cartaz publicitário, colocado no Morro de Cacilhas, tem despertado vários comentários na nossa Margem.
Normalmente "os críticos do costume" colocam em causa a localização e a informação que é dada (em inglês e tudo...) a quem nos visita.
Este é um daqueles casos em que se critica só por criticar...

(continua...)

terça-feira, outubro 09, 2007

Os Tiques Salazaristas de Sócrates


Não achei muita piada quando ouvi, numa reportagem televisiva, o nosso primeiro-ministro dizer (depois de mais uma sessão de vaias...), que sabia que eram os comunistas que estavam por trás daquelas manifestações, mas que não era preciso recorrerem ao insulto.
Gostei ainda menos de ouvir, há uns minutos atrás, uma representante dos professores da Covilhã a dar-nos conta da sua indignação pela atenção especial que lhe foi dedicada por dois elementos da PSP, que visitaram ontem a sede do sindicato e, além de levarem os panfletos, que iriam ser distribuídos, durante a visita de hoje de Sócrates à escola onde estudou, ainda lhes recomendaram para terem mais cuidado com o que escreviam.
É no minimo uma forma de intimidação que recorda os bons tempos da PIDE...
No tempo de Salazar é que era comum acusar os comunistas de todo o tipo de acções, que beliscassem o governo de então.
Hoje, isto até acaba por soar a elogio, para o partido da Soeiro Pereira Gomes...
O pior, é que pelo andar da "carroça", não falta muito para que todos os críticos de Sócrates, passem a ser "comunistas" e sejam intimidados, desta e doutras maneiras...

segunda-feira, outubro 08, 2007

O Vinho Benfica


Não pensem que o "Vinho Benfica" foi uma invenção do empresário Manuel Damásio, quando da sua passagem de má memória pela Luz, onde inventou um pouco de tudo, menos dinheiro e títulos (os da "operação coração" não valem)...
Nos anos sessenta e setenta, o período áureo do Benfica, a Quinta da Arealva, localizada no final do Ginjal, produzia vários tipos de vinho com a marca do "Glorioso", como o vinho de agulha (que tinha algum gasoso...), inquieto, fresco e agradável, e também um vinho tinto quente, de doze graus...

domingo, outubro 07, 2007

Eça e Cacilhas


Eça de Queirós foi um grande escritor, embora nunca se tenha tornado muito popular, provavelmente por opção pessoal, já que nunca sentiu vontade de escrever sobre a gente comum, como o Camilo Castelo Branco, por exemplo.
Sempre se assumiu como um estrangeirado, não só por ter viajado muito, mas também por ter exercido funções como consul de Portugal, em Cuba e Inglaterra.
Foi neste último país que redigiu as suas célebres "Cartas de Inglaterra", além dos seus romances "O Primo Basílio" e os "Maias", talvez as suas obras mais emblemáticas...
Nestas suas cartas, encontrei uma "pérola" dedicada a Cacilhas, talvez por não gostar muito de burros nem de tascas, tão populares na época entre nós...
Ele escreveu assim: [...] «É esta fresca ralé que fica em Londres: de modo que apenas a humanidade superior, os dez mil de cima, como tão pitorescamente se diz, partem para os seus castelos, as suas vilas à beira-mar, ou os seus yatchts - Londres, apenas habitado pela turpa abjecta, torna-se sobre a face da terra, como a lamentável Cacilhas.» [...]
Lamentável é este considerando, embora vindo de quem vem, até possa ser considerado elogio...

quinta-feira, outubro 04, 2007

Hoje é o Nosso Dia da República


Almada sempre gostou de se antecipar à História, foi por isso que no dia 4 de Outubro de 1910 foi erguida nos Passos do Concelho da vila a Bandeira do Centro Republicano Capitão Leitão e foram dados vivas à República.
Em Lisboa ainda se disparavam tiros em várias esquinas, entre os fiéis e os opositores do Rei D. Manuel II, provavelmente, ciente de que o seu reino estava por um fio...
E estava mesmo, no dia seguinte foi proclamada a República, colocando fim a quase oitocentos anos de Monarquia no nosso país...

quarta-feira, outubro 03, 2007

Almada - Cidade da Água


Este título pode ter várias leituras.
Não o estou a usar com ironia, mas sim com preocupação. Porque o espaço da Lisnave continua sem sofrer alterações (um pouco mais degradado e abandonado...), apesar dos estaleiros da Margueira já terem sido encerrados há mais de seis anos e já terem "dado à luz" vários projectos para o local...
Segundo o "DN" de hoje, a grande prioridade do Fundo Margueira Capital continua a ser encontrar investidores para o projecto Almada Nascente, apresentado ontem durante a Waterfront 2007.
O investimento procurado é de mais de mil milhões de euros e para realizar ao longo de vinte anos...
Pois, não estamos a falar de tostões, mas de mil milhões...
Claro que estes vinte anos também serão vinte cinco ou trinta, porque já passaram os ditos seis anos, e pelo andar da carruagem, vamos ter de esperar mais uns quantos, para se iniciar o projecto.
Tenho pena é que Cacilhas, cada vez mais degradada, continue refém destes sonhos megalómanos, que nem sabemos se poderão ser concretizados, apesar da sua beleza e inovação, porque estamos a falar de valores demasiado elevados...
Ao ouvir falar dos mil milhões de euros para a Cidade da Água, não consigo deixar de pensar no que se poderia fazer, apenas com a milésima parte deste valor, numa localidade tão bonita e abandonada...

terça-feira, outubro 02, 2007

Romeu Correia, Vida e Obra


"Romeu Correia, Vida e Obra", foi o nome escolhido para a exposição inaugurada no dia 28 de Setembro, no Arquivo Histórico de Almada.
Além de alguns livros da sua autoria, podemos encontrar testemunhos de amigos, transcrições de livros seus e também várias fotografias do escritor e dramaturgo almadense.
A exposição pode ser visitada até 30 de Novembro, de segunda a a sexta.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Incrível Almadense em Festa


A Incrível Almadense comemorou o seu 159 º aniversário com uma grande vitalidade, oferecendo a todos os associados e amigos que compareceram no seu salão de festas, um cenário e um programa diferente do que é habitual em sessões solenes.
Os discursos habituais foram intervalados com as actuações brilhantes da banda de música, do coro polifónico, do cénico e também do grupo da dança de salão.
Gostei especialmente da banda da Incrível, composta maioritariamente por jovens, num total de trinta e nove executantes, muito bem dirigidos por um maestro, também ele jovem...
Merece um destaque especial o discurso do meu querido amigo, Fernando Barão, presidente de Assembleia Geral da colectividade, todo ele de homenagem a estes jovens e à música, lançando inclusive o desafio ao Município, de construir um coreto na Praça da Liberdade, para que os almadenses possam escutar a música tocada pelas quatro bandas filarmónicas do concelho.
Nem tão pouco se esqueceu de mencionar a alínea especial que consta nos estatutos da Incrível: «enquanto existir um músico, a Incrível não acaba!»
Não é por acaso que já passaram cento e cinquenta e nove anos e a Incrível continua a ser a Catedral de Almada...
E curiosamente, ou talvez não, hoje também se comemorou o Dia Mundial da Música.