sexta-feira, agosto 31, 2007

A Nossa Margem


João Vaz (1859 - 1931) foi um excelente pintor naturalista.
Natural de Setúbal, fez parte do Grupo do Leão, um dos mais importantes movimentos artísticos do país.
A sua paixão pelo mar e pelos rios, fez com que se tornasse um dos nossos melhores pintores de marinha, com motivos extraordinários, especialmente do Sado e do Tejo.
O quadro que ilustra esta pequena homenagem a este grande artista chama-se, "Rio Tejo", e mostra-nos a beleza das barcas do rio e também a Nossa Margem, onde se vêm as chaminés fumegantes da indústria corticeira...

terça-feira, agosto 28, 2007

A Mulher do Jerónimo...


Embora este Verão esteja a ser menos quente e mais molhado e até ventoso, que o habitual, não resisto a partilhar convosco este quadro: "O perigo dos banhos de sol na Caparica!".
Este cartaz fez parte de uma campanha publicitária levada a cabo no final dos anos vinte, principio de anos trinta, quando se começou a olhar para a Costa de Caparica como uma extraordinária praia, com condições ímpares para o lazer aos banhos...

domingo, agosto 26, 2007

O Abandono de Animais


O "filme" não é novo... muito menos as cenas...
Grave são os números. Segundo o SOS Animais em 2007 foram batidos todos os recordes de abandono de animais.
Claro que há palavras para descrever estes seres, que tratam os animais desta maneira, mas não as digo...

A Sofia e o Fresco, que posaram para a fotografia embora não recebam tratamento "vip", não pertencem à lista, e gostam de ser, simplesmente, gatos...

quinta-feira, agosto 23, 2007

Na Terra Como no Céu



Não posso deixar de publicitar a curiosa - e engraçada claro - Banda Desenhada publicada na revista "Tabu" do passado sábado, 18 de Agosto (suplemento do semanário "Sol") da autoria de Nuno Saraiva, sobre as suas aventuras no "Oeste Caparicano", que ele intitulou "Na Terra Como no Céu"...
(clique para aumentar)

quarta-feira, agosto 22, 2007

Ainda a Selva Urbana


Depois de ter escrito sobre as diferenças que existem na sociedade de hoje, no seio dos jovens, fiquei logo com a sensação que o texto poderia ser confundido com a acção de luta contra os transgénicos de Silves.
Quando escrevi, estava a pensar nas traços de tinta sem qualquer sentido estético que invadem as ruas da maior parte das nossas localidades, e que nem sequer poupam edifícios históricos e artísticos; estava a lembrar-me da destruição de coisas tão simples como caixotes do lixo, que têm como função, tornar as ruas mais limpas, ou ainda do roubo de sinais de trânsito, que depois até são vendidos como objectos decorativos.
Continuo a ter dificuldade em perceber, e aceitar, esta postura tão evidente de desprezo pelas coisas públicas, que deviam ser consideradas de todos e preservadas por todos.
Claro que se tratam de práticas de civismo, de cidadania, da qual a nossa sociedade continua tão ausente. Não podemos exigir que parte das gerações de hoje tenham comportamentos pacíficos e de respeito, quando sabemos que cresceram em "guettos", sem fronteiras e sem distinções, entre aquilo que sempre nos dividiu, o bem e o mal...
Não posso nem devo confundir uma invasão politica concertada, a uma propriedade privada, com os actos de selvajaria urbana sem rosto, apesar de considerar ambos os actos infelizes.
Tinha pensado colocar junto a este texto um busto artístico do Parque das Caldas da Rainha, que alguém resolveu pintar, num acto de selvajaria e de mau gosto. Mas como não consegui encontrar a fotografia, deixo-vos uma foto dos silos abandonados das Caldas da Rainha, que em tempos guardaram cereais como o milho, quando ainda não se falava de transgénicos...

domingo, agosto 19, 2007

A Mesma Geração, Caminhos Diferentes


Devo desde já avisar, que não me sinto, de maneira nenhuma, um bota de elástico.
Mas faz-me muita confusão os caminhos diferentes, trilhados pelas gerações que têm hoje idades compreendidas entre os dezasseis e os vinte e seis anos, no nosso dia a dia.
Felizmente encontramos muitos jovens, empenhados na defesa e protecção do ambiente, através da participação activa em movimentos cívicos que promovem várias acções de sensibilização junto da população.
E outros ainda, voluntários, numa série de iniciativas de cariz social, auxiliando as camadas mais frágeis da nossa sociedade, como os sem abrigo e os idosos.
Guardei para o fim a parte menos agradável... que acredito ser uma minoria: os jovens que se entretêm a destruir, quase tudo o que lhes aparece à frente, sejam espaços públicos ou privados. Pintam, vandalizam, roubam, aquilo que faz parte do património colectivo e que devia ser preservado por todos.
Quando me questiono, o que será que divide estes jovens, que apesar de pertencerem à mesma faixa etária, têm comportamentos tão diferentes?
Não consigo responder...

Este texto tem a companhia de um acrílico de Fernanda Neves.

quinta-feira, agosto 16, 2007

O Papo Seco

Ultimamente tenho coleccionado alguns recortes publicitários da primeira metade do século passado.
A minha pesquisa tem tido como grande objectivo descobrir coisas sobre Cacilhas, algumas das quais ainda poderão ser utilizadas para ilustrar uma obra da qual sou co-autor e deverá ser lançada em Outubro.
Este recorte da Costa de Caparica de 1933 chamou-me a atenção por se tratar de uma Pensão Restaurant "Chic", e também por ser propriedade do senhor José Alves Martins, conhecido popularmente como o "papo seco".
Além disso trata-se de: «A casa mais bem situada e antiga nesta Praia.»

quarta-feira, agosto 15, 2007

Chuva de Agosto


Sai de casa para comprar o jornal e chovia, a bom chover...
Vi-me forçado a voltar atrás, para ir buscar o chapéu de chuva. Só não mudei de roupa, porque me pareceu exagerado...
Felizmente tinha resolvido calçar ténis, para não salpicar os pés...
Quem diria que o 15 de Agosto, começo de férias para tanta gente, ia começar molhado...
Adorei o cheiro a terra molhada que perfumava a Quinta da Alegria (felizmente na zona onde moro ainda existe alguma terra e vegetação, para nos fazer sentir este cheiro especial...).
Nota: Estive quase tentado a falar do Benfica, mas felizmente resisti. Não sei o que será necessário, para substituir um treinador, que além de estar permanentemente mal disposto, já provou (ao longo da época passada) que não consegue construir uma boa equipa na Luz...

terça-feira, agosto 14, 2007

Fora e Dentro da Noite


Raramente saio à noite...
Por falar disso, nunca mais saí da noite de madrugada, quase que já não me lembro como é o amanhecer...
Não sinto muito a falta das luzes, das cores, dos barulhos... Talvez tenha alguma saudade dos olhares brilhantes que reflectiam aqui e ali...
As mulheres? Pareciam mais bonitas... Claro, algumas usavam disfarces, quase de adolescentes...
Conheci várias noites lisboetas, com várias musicalidades, que tanto furavam tímpanos como faziam sonhar...
Além de se pular, também se podia dançar uma morna ou um tango malandrino, aqui e ali. Ou ainda escutar um fado vadio...
Hoje, deve ser quase igual, as coisa nunca mudam muito. Nós sim, mesmo quando não percebemos ou somos mentirosos...
O óleo é de Lyonel Feininger e chama-se "Lady in Mauve"...

domingo, agosto 12, 2007

Torga




Torga


O pulsar das montanhas,
sente-se, nas tuas palavras,
cobertas
por pedaços de granito
utilizados para disfarçar a revolta,
a dor e a indignação,
de viveres num país confuso,
quase parado,
que finge estar em revolução,
e é, constantemente, adiado...

Poema da minha lavra, que faz parte do número 30 da Colecção Index Poesis, escrito e publicado em 2004. O desenho é de Jorge Pinheiro.

sexta-feira, agosto 10, 2007

As Obras Impessoais...


Desde que começaram as obras do Metro em Almada já houve vários atropelamentos na cidade, alguns dos quais mortais.
Nos últimos tempos descobri que os peões (especialmente as pessoas com mais idade...), circulam na cidade a medo e andam completamente desnorteados, graças à sinalização deficiente e às mudanças quase diárias de localização das passadeiras.
É por isso que alguns peões mais desprevenidos atravessam as ruas em qualquer lado, o que obriga a atenção redobrada dos condutores.
Não têm existido mas acidentes porque o condicionamento do trânsito têm provocado uma condução mais calma e cuidada.
Será que alguém ligado à construção deste empreendimento já se preocupou com esta situação? Será que sabem que Almada é uma cidade com uma população envelhecida?
E em relação aos deficientes, há tanto a dizer...
É quase impossível a sua circulação no meio de tantas barreiras, tantos altos e baixos, tantos buracos, aqui e ali...
Há uma invisual que mora próximo da minha rua, que vive uma aventura diferente, quase todos os dias, até chegar à paragem do autocarro, também ela em permanente mudança. O que lhe vale são as mãos amigas que a auxiliam e as vozes que a vão informando da presença de obstáculos.
O mais curioso, é que tirei a maior parte destas ilacções ao volante...

terça-feira, agosto 07, 2007

O Verão Também é...


O Verão também é, por excelência, o mês das esplanadas, o mês das bebidas frescas...
A cerveja aparece quase em primeiro lugar (não posso esquecer a água, porque não há nada que nos sacie a sede como este belo nectar, puro e transparente...).
Apesar das grandes guerras de cerveja nacionais, com os festivais de Verão pelo meio, tive um feliz reencontro nas férias com a San Miguel.
Apesar de adorar ser português e de não querer pertencer à Ibéria do Saramago, sempre gostei desta cerveja espanhola...

sábado, agosto 04, 2007

Os Guindastes do Ginjal


Os Guindastes

Parece que a noite
deles se esqueceu.
E eles dela.

Ao longo do cais,
aguardam numa espera agonizante
a morte prometida que não chega.

Pela alma
estão presos ao chão
e olham o rio indiferentes
certos da sua cegueira
e silêncio invioláveis.

Porque nada mais deles se espera!

Dos velhos guindastes
em contínua decomposição.

Não choro!

Não!!!

O poema é de Alberto Afonso, poeta almadense, e faz parte do seu excelente livro, "Recantos de Minha Terra". A fotografia é minha. Ambos espelham mais um olhar de abandono do Ginjal.


quarta-feira, agosto 01, 2007

Regresso ao Ginjal



Está tudo igual...
muito pó,
muito barulho,
muitas grades,
que aprisionam a Cidade...
Não
cheguei de barco a remos,
nem tão
pouco pude atracar na Praia das Lavadeiras,
embora passasse por lá,
há poucas
horas,
com o sol
ainda forte
a dar um brilho especial ao Tejo...